sábado, 14 de julho de 2012

ACADEMIA SAUDAÇÃO EM PASSEIO PELA POLÓNIA E REPÚBLICA CHECA

 NA POLÓNIA

Este ano de 2012 pensámos fazer uma viagem de interesse lúdico aos  países  da Polónia e da Republica Checa, ao contrário do ano passado que escolhemos uma visita essencialmente cultural, a Florença, Siena e Roma.
Preferimos começar a nossa viagem  pela Polónia, descendo no aeroporto de Varsóvia.  Éramos  30 pessoas, incluindo a nossa já muito estimada e esplêndida profissional Paulina Batista,  que sempre nos acompanhou.  Na Polónia, para além dos guias locais, contamos com a presença do Alex,  responsável  da Agência neste  país, uma pessoa competente e muitíssimo afável, de quem todos gostámos.
VARSÓVIA
A Capital da Polónia muito surpreendeu a quem ainda a não conhecia.
Magnífica  nos seus altos  edifícios do centro Financeiro,  nos seus monumentos,  nas casas aristocrática, nas ruas floridas  bordejadas de esplanadas, nas  igrejas, nos palácios  e   nos  jardins, onde   resplandece a estátua de Chopin em Lazienki Park.











Passeámo-nos  pelo  coração Histórico  de Varsóvia,  considerado desde 1980 Património Mundial.
A adornar a praça repleta de bares,  esplanadas e galerias de arte,  ali estão os prédios coloridos de arquitectura tradicional.

Passámos  por praças estreitas e floridas até ao Castelo Real, construído no século 17,  destruído durante a II Guerra e reconstruído nos anos 70.

Daí,  entrámos na  Praça Rynek Starego Miasta, localizada  no centro da Cidade Velha (Stare Miasto), o bairro mais antigo e belo de Varsóvia,  meticulosamente  reconstruído depois de reduzido a escombros no final da II Guerra Mundial


com  a famosa estátua da sereia de Varsóvia (Warszawska Syrenka), principal símbolo de Varsóvia,  cuja origem vem da Idade Média.

Completámos  esta rápida  visita passando pela Torre Barbacana e pelas ruínas do forte medieval. 



Porém não deixámos Varsóvia sem  passar pela praça do antigo Gueto, uma pequeníssima área  onde morrerem mais de 400 mil judeus. Hoje está a ser  construído um museu neste local, enquanto que um memorial se ergue, lembrando e homenageando  todos aqueles que  preferira morrer lutando  a aceitar o destino imposto pelos nazis. 


No dia seguinte já acordámos em Czestochowa.

A VIRGEM NEGRA  DE CZESTOCHOWA
O Santuário  de  “Jasna Gora” , centro de devoção cristã,  é o  mais importante centro das peregrinações para os católicos na Polónia.  Este mosteiro atrai diariamente milhares de  peregrinos que buscam encontrar o  famoso ícone da  milagrosa Virgem Negra de Częstochowa, uma representação negra  da imagem de N.Sra, possivelmente bizantina, (teoricamente tem uma base bizantina), actualmente quase toda envolta em prata, à qual são atribuídos muitos milagres.
Uma lenda, segundo um manuscrito de 1474 existente na  biblioteca do mosteiro diz que a pintura a negro da imagem se deve ao evangelista S. Lucas que pintou  A Madona Negra com o Menino Jesus, sobre um tampo de madeira duma mesa feita por Jesus carpinteiro.  Acredita-se igualmente que teria sido enquanto posava para Lucas que Maria lhe relatou os pormenores da Anunciação e da infância de Jesus que Lucas mais tarde incorporaria ao seu evangelho.  Logo,  deveremos subentender  a grande antiguidade do seu culto.
Igualmente,  segundo documentos históricos  antigos de  Jasna Góra,  conta-se que a pintura veio de Jerusalem até  Częstochowa , onde chegou em Agosto de de 1382. Foi  então que o príncipe Ladislau de Opole fomentou a vinda de monges húngaros(paulistas) a Czestochowa, onde fundaram um mosteiro no cimo de uma colina, conhecida como Jasna Góra (Monte Claro). Foi na igreja deste mosteiro que ficou colocada a imagem da Virgem Negra que se diz ter  sido trazida por Ladislau. Então, rapidamente este local começou a atrair grande número de crentes, pelo que,  peregrinos de todos os cantos do mundo começaram a aparecer  em Jasna Góra. (atravessava-se uma época da maior e mais profunda cristianização da Europa),
Com o desenrolar dos anos, este mosteiro começou a ocupar  um lugar especial junto do povo polaco que criou à sua volta toda uma vivência nacional congregadora de boa parte das suas energias e dos seus anseios, principalmente desde um episódio marcante,  em meados do século XVII,  em que se atribui à  intercessão protectora da Virgem Maria da Virgem,  a vitória  de Jasna Góra  sobre as tropas suecas do rei Carlos Gustavo  que tinham invadido a Polónia e cercaram o mosteiro durante 40 dias até se retirarem. (conta-se que a desproporção era abissal: o exército invasor seria de  3000 soldados, enquanto os defensores totalizavam 90 homens armados e 70 monges).
À data já era bastante grande o complexo de edifícios monásticos de Jasna  Gorá,  dado o desenvolvimento necessário  ao existente  numero de peregrinos; em 1620, e para fazer frente às continuadas incursões das tropas do rei da Boémia, tinham sido começada a construção de uma forte muralha defensiva, pelo que a imagem da Virgem Negra  estaria guardada dentro desta fortaleza defensiva.                
A imagem tem cortes  no rosto  que  foram feitas por atitudes vandalistas  que se contam   através da históriada Polónia, quando o quadro foi roubado, ou o mosteiro profanado e saqueado. O ícone foi repintado em Cracóvia, mas as marcas dos golpes permanecem claramente visíveis até hoje.  A  nível das várias  construções, a base de construção inicial  do santuário é gótica, à qual foram sendo acrescentadas secções, essencialmente barrocas, ou de transição do maneirismo para o barroco (séculos XVII e XVIII).  É no centro  deste complexo, do lado externo do Santuáio que  está a Capela com a  imagem da Virgem.
As paredes da catedral estão em grande parte cobertas por inúmeras  placas votivas, expressões de gratidão pelos milagres atribuídos à Virgem, onde  toma especial lugar o núcleo relativo aos soldados que  por Ela foram salvos nas lutas pela independência do país. Igualmente interessante a sala do Tesouro,  o Museu que protagoniza  o histórico da cidade,  e uma galeria de interessantes painéis  do pintor polonês Jerzy Duda Gracz,   que nos mostra uma visão muito particular das estações da Via-Sacra.  Nestas pinturas, a  Paixão de Cristo contêm figuras e personagens do nosso tempo, com a predominância da realidade polonesa, simbolizando, desta forma, a própria Via-Sacra do povo polonês.
Em 1656, o rei polaco Casimiro colocou na catedral de Lemberg, o seu reino sob a protecção da Virgem Maria e, desde então, ela ocupa o lugar de regente do país.



WIELICZKA  é uma pequena cidade às portas de Cracóvia, especialmente conhecida e visitada pela sua MINA DE SAL, uma das mais antigas do mundo, ainda em funcionamento.



É um monumento único na história da indústria, com muitos lagos subterrâneos, galerias e capelas escavadas no sal pelos mineiros polacos, durante os 700 anos de existência da mina.







É um monumento único na história da indústria, com muitos lagos subterrâneos, galerias e capelas escavadas no sal pelos mineiros polacos, durante os 700 anos de existência da mina.


  

Nestas salas e  Capelas,  podem-se admirar diversas estátuas  e outras obras  feitas em sal.  
Nicolau Copérnico,  o  Papa João Paulo II  e  Goethe   visitaram  esta mina e, as suas estátuas em sal,  fazem parte  do espólio. 
Aliás,  a mina  tem uma longa tradição de visitas turísticas (mais de  um milhão de turistas por ano). 
Figuras de renome  internacional, como  Bill Clinton,  e  Baden-Powell  também passaram por lá. 







Durante a II Guerra Mundial as minas de sal foram ocupadas pelos alemães, como armazém para fábricas de produtos militares.
Em 1978, passaram a figurar na lista de património da humanidade da Unesco.

Deixámos WIELICZKA ao final da tarde. Era hora de entrarmos em Cracóvia situada a poucos kilómetros dalí.

 CRACÓVIA
CRACÓVIA  (Kraków) é o coração   histórico e cultural da Polónia, localizada ao sul do país, nas margens do  rio Vístula.
Foi fundada por volta do ano 700, sendo capital da Polónia entre 1320 a 1596, quando o rei Segismundo II resolveu mudar a capital para Varsóvia. Foi atacada e desvastada pelos Mongóis em 1241, 1259 e 1596. 
Fez parte da Áustria com o nome de Krakau de 1795 a 1809 e de 1846 a 1910.
Os museus, as galerias, monumentais  igrejas e  monumentos, o Castelo de Wawel e demais construções históricas,  fazem com que esta cidade  seja considerada a mais europeia de toda a Polónia. Sede dos Reis Polacos a  cidade Velha magnificamente  conservada e declarada Património Mundial da Humanidade,  oferece-nos uma visita à sua esplendorosa Igreja, de Santa Maria Virgem, também chamada Igreja Mariachi,
onde se  vê e se escuta  o maravilhoso  toque do trompete que ecoa  numa das janelas mais altas da torre, relembrando a história  de um soldado que  subiu até ao alto da torre  e começou a tocar o seu trompete ao perceber que os invasores tártaros se aproximavam da cidade.
Emocionante! O soldado foi morto por uma flecha, mas,  ainda hoje, o seu acto heróico  é lembrado  de hora a hora,  pelo ecoar do trompete que se ouve em toda a Praça.
Um dia não foi muito para conhecermos a cidade, e,  por certo, deixou alguma vontade a muitos de nós para lá voltar. Contudo, deu para conhecer o antigo bairro Judeu  Kazimierz: Passamos pela fachada  da  fábrica de Schindler, por  “Plac Nowy” e o seu mercado,  e por diversas sinagogas. 


Parámos então um pouco para   beber  um café num pátio que sérviu  de cenário a Steven Spielberg  numa das cenas  do  filme  “A Lista de
Schindler" 


                     

Seguidamente subimos à fortaleza de Wawel, conhecemos a velha Universidade, almoçámos na Praça da Cidade Velha e entrámos  nas Igrejas mais destacáveis.







                    Conhecemos o artesanato,
                    andámos de charrete,
                    divertímo-nos nas ruas,

e… ao cair da tarde, tivemos um momento perfeito  de  êxtase e relaxe,  ao escutar alguns trechos  Chopin, numa sala de um dos palácios da Praça.
VER VÍDEO

À noite,  voltámos ao Bairro Judaico para, num  jantar de despedida à cidade, saborearmos a sua gastronomia num restaurante típico, ao som  de musica tradicional judaica.

No dia seguinte, de manhã, passámos pelas margens do Vístula num adeus a Cracóvia. Seguimos então na direcção de Auschwitz. 


AUSCHWITZ


“Arbeit macht frei”  (O trabalho Liberta) - Nada mais cínico do que a frase  que se lê no portão de entrada do antigo campo de concentração de  Auschwitz.



Todo o nosso grupo entrou.   
Passo a passo, um pouco cabisbaixos, algo silenciosos  e comovidos, foi assim que    percorremos os arruamentos  do campo e entramos nas salas  agora “Museus”  daquele que foi um dos maiores campos de concentração e extermínio da Europa. Alguns de nós não tiveram coragem de entrar nos pavilhões que expõem os pertences  dos prisioneiros, principalmente o das crianças.

Quase que se podia adivinhar  o pensamento de todos nós.     
Como é possível ter havido tal desumanidade? Como é possível ter havido  tais atrocidades?  Até onde vai a insensibilidade do ser humano?
Não há palavras  para descrever o que sentimos.  Das cerca de 1.300.000 pessoas que ali  morreram,  1.100.000  eram judeus. Os restantes, teriam sido presos políticos, pedintes, ciganos – pessoas indesejáveis aos nazis.
A  poucos quilómetros de Auschwitz, um outro campo de concentração-Birkenau. Aí os comboios desembarcavam de imediato as pessoas  dentro do campo da morte… e pensar que minutos antes  tínhamos visto  no museu de  Auschwitz alguns dos bilhetes  de transporte adquiridos e pagos pelos  próprios judeus…
Nestes dois campos que visitamos foi-nos mostrado o que nunca deveria ter sido concebido: As celas dos carcereiros e da polícia nazi, os pátios de fuzilamento, as celas exíguas onde se morria por exaustão e asfixia, restos de bonecos partidos, roupinhas, malas e sapatinhos de crianças, os pavilhões que serviam  às monstruosas experiências laboratoriais,  as câmaras de gás,  as latas com os restos do veneno tóxico, os fornos crematórios.
Por respeito aos muitos mortos não  mostramos  neste “Blogg”   essas   fotografias.
Satisfez-nos ver uma placa  assinada por George Santayana (filósofo, ensaísta, poeta e romancista)   que nos faz reflectir  sobre a responsabilidade que cabe a cada  um de nós quanto ao futuro da humanidade,  
                               ( "Aqueles que não conseguem lembrar o passado
                                          estão condenados a repeti-lo")

enquanto que, simultaneamente, dirigimos a nossa atenção àqueles   muitos jovens  adolescentes  que vimos entrar em visita a estes campos de concentração; Que eles possam  conhecer e interpretar  todas essas imagens  de holocausto, como uma das  muitas páginas  negras da história, ajudando a que esta JAMAIS SE POSSA REPETIR.

Saímos  deste local, e,  lentamente, a camioneta  começou a rolar  com destino à fronteira com a Republica Checa.  Eram os nossos  últimos  quilómetros  de estrada em solo polaco.   Do lado de lá, aguardava-nos a cidade de  PRAGA..



EM  PRAGA
Praga é uma cidade de inesperadas e raras maravilhas, onde as obras primas da Arte Sacra da Idade Média rivalizam com a  opulência do Barroco, com o “decor”  da Arte Nova, e com o trabalho dos gigantes na Arte Moderna.
E, assim, extasiados,  bebendo com o olhar a magnitude desta cidade monumental, magnifica durante o dia e algo de fantasiosa ao cair da noite e ao acender das luzes,  ficámos de imediato rendidos a esta  “cidade de fadas”,  onde cada rua, com os seus esplendorosos edifícios góticos, renascentistas ou barrocos é um museu a céu aberto.
Também os palácios e os jardins são monumentos históricos e arquitectónicos. Muitos dos Palácios são agora museus oferecendo uma óptima panorâmica da história dos Checos e da população judaica de Praga.
Praga tornou-se uma cidade turística por excelência em qualquer época do ano. Porém, logo que o Inverno se despede, a cidade ganha mais vida e os parque e jardins explodem  numa profusão de cores, aromas e eventos, pelo que será fácil encontrarmos nas ruas, entrecortado com o ruido das chávenas e dos copos nas esplanadas, o som de um  saxofone, de um violino ou de quaisquer outros instrumentos dos muito animadores de rua.
Digamos que um dos expoentes máximos da cidade, será o belo rio Vltava (Rio Moldava) que tem servido de inspiração a muitos poetas, músicos e pintores ao longo dos séculos. 
Aí,  toda a magia do momento na “palma das nossas mãos”  quer quando deslizamos romanticamente de barco pelas suas águas, ou nos passemos  pela sua mais bela ponte, a ponte de Carlos, relembrando a história do seu histórico passado, ou imaginando-se o seu misticismo em cada uma das suas estátuas barrocas.
Foi assim que todo o nosso grupo sentiu a cidade, quando na manhã de 22 de Maio saímos em exploração, começando pelo Bairro Hradcany nos arredores do Castelo:  (HRAD=Castelo) A sua praça está rodeada Museus e Galerias de Arte que se instalaram  dentro de antigos Palácios Renascentistas. 
Neste  bairro visitámos o LORETO, um importante local de peregrinação, construído em 1626, que engloba  uma igreja, várias capelas, vários  edifícios religiosos e um museu, onde, entre vários tesouros de Arte Sacra que datam dos séculos XVI-XVIII, se encontra  uma das mais valiosas peças litúrgicas, uma Custódia dourada com diamante incrustados.


        


 







Um pouco mais à frente estão os portões de entrada para o Castelo, coroadas por estátuas, cópias de Gigantes em Luta (século XVIII).  Dentro, ergue-se o esplendor gótico da Catedral de S.Vito. Os pátios do Castelo datam do séc. XVIII, vindo acrescentar aos edifícios renascentistas, construções  nos estilos Barroco Tardio e Neoclássico. Passámos então pela Travessa Dourada, onde morou Kafka - rua de pitorescas casas dos artesãos ao longo da muralha do Castelo  (construídas no século XVI,  para os guardas e artilheiros do Castelo).
Saímos do Castelo pela rua Nerudova (nome do poeta e jornalista Jan Neruda que escreveu uma série de pequenas histórias passadas nesta zona de Praga). Curioso notar nesta rua, os dísticos  (animais, emblemas heráldicos) sobre as portas, que antecederam a sua numeração, dada em 1770. Estamos no Bairro de Malá Strana (Bairro Pequeno), belíssimo nos seus muitos edifícios barrocos.

Ao fundo da rua a belíssima  Igreja Barroca de S.Nicolau de construção iniciada em 1703, uma consagrada obra prima. No seu interior um fabuloso órgão de 1746  e utilizado por Mozart em1787. Por cima, pode ver-se  um fresco de Sta. Cecília a padroeira da música.
Saindo, contornando pela esquerda  e descendo a rua  está a Ponte de Carlos,  que comunica Malá Strana com Staré Mésto (Cidade Velha).  Esta parte da cidade, foi desde o século IX cenário de intercâmbios comerciais, o centro do mercado. Na Praça da cidade Velha  pode-se ver  e escutar o relógio astronómico na Torre da antiga Câmara Municipal, um das jóias da cidade.
Num dos extremos da Praça outra igreja de S.Nicolau, uma Igreja Hussita de fachada branca construída sobre um templo que já existia no século XII e,  numa outra extremidade da praça um monumento  dedicado ao reformista e herói checo, João Huss.
Porém, a dominar toda a Praça da cidade Velha,  os magníficos campanários da Igreja Gótica  Nª Senhora de Týn,  iniciada em 1365, com realce para a Efígie da Virgem Maria em ouro maciço.  Em redor da praça, edifícios de vários estilos arquitectónicos, prendem o nosso olhar.
Não longe está o Josefov (O Bairro Judeu), que visitámos. Na Idade Média viveram duas comunidades judaicas distintas; judeus que se estabeleceram à volta da Antiga-Nova Sinagoga, e os judeus do antigo Império Bizantino que se fixaram à volta do antigo Shul, local onde agora está a Sinagoga Espanhola. Com os anos, as duas comunidades fundiram-se gradualmente e acabaram por se confinar num gueto fechado. Só no século XIX é que a área foi incorporada na cidade e o gueto demolido devido à falta de saneamento na zona. Contudo, algumas Sinagogas e o antigo Cemitério Judeu foram poupados.
Uma outra parte da cidade por onde andámos foi  Kampa, uma Ilha formada por um braço do Vltava,  um local tranquilo num dos extremos do Bairro Pequeno,  que nos conduziu ao Menino Jesus de Praga na Igreja Nossa Senhora da Vitória e, daí, ao funicular  que serve o Parque Petrin,  em cujo cimo está a Torre de Observação, uma imitação da Torre Eifel, que subimos,  para contemplar toda a cidade em redor, o rio e as suas pontes. 
Ainda tivemos  possibilidade de  visitar a Igreja Mosteiro Nossa Senhora das Neves, situado perto do nosso Hotel,  no centro da cidade, numa rua quase perpendicular ao histórico Hotel Europa de características originais Arte Nova.

Os três a quatro dias em Praga não nos permitiu visitas a Museus ou Galerias, mas quase ficámos saciados pelo que muito vimos, que andámos, que apreciámos.  Se as ruas, as fachadas dos edifícios, os telhados, as montras das lojas, as esplanadas e as igrejas  são Museus abertos na cidade…  ah! sim!;  o nosso percurso foi riquíssimo, onde não se perdeu uma só hora  sem absorver a riqueza inesgotável de Praga.

Quisemos este ano ter  uma jornada lúdica. Tivemo-la. Nas ruas e nas pontes por onde passámos, nos carros nostálgicos que nos divertiram,  no  rio por onde navegámos,  no Teatros que  assistimos,  na música e no folclore que ouvimos e dançámos,  nos pés já cansados e…  nas muitas fotografias que todos tirámos.

Uma palavra final para a Dora, a queridíssima jovem e Guia de Praga de nacionalidade   Húngara,  que explicava excelentemente,  e falava a Língua Portuguesa aprendida com nas escolas Portuguesas,  mas, melhor ainda, com os amigos frequentadores do nosso portuguesíssimo Bairro Alto.  

Quando regressámos a Portugal, todos, sem excepção,  e apesar de cansados, vínhamos  com a certeza de que fora uma excelente viagem e, talvez muitos de nós,  com uma secreta esperança de um dia poder voltar.
 EM KARLOVY  VARY - REPÚBLICA CHECA
Depois de termos estado  em PRAGA,  partimos para  conhecer um pouco mais da  REPÚBLICA CHECA. 
Foi assim que visitamos a fabulosa  e lindíssima cidade de KARLOVY VARY,  que muito merece  o seu estatuto de segunda cidade mais visitada por turistas na República Checa.
Historicamente famosa pelas suas termas,  a cidade localiza-se  num vale  rodeado de românticas paisagens  montanhosas,  a cerca de 130 Km de Praga,  parte ocidental da Boémia,   na confluência dos rios Ohře e Teplá.Karlovy Vary  foi fundada em 1350  e ganhou a sua  reputação devido à existência  das suas  muitas  nascentes  de água  mineral quente,  com efeitos medicinais.

Por volta do fim do século XVI  já existiam zonas termais  mas são os finais do século XIX  que a transfomaram num destino turístico popular e  que determinaram definitivamente o aspecto arquitectónico  (Barroco e Arte Nova) com que a cidade hoje se nos apresenta.
Para o esplendor das termas e da sua vida social,  muito contribuem a tradicional e afamada produção de vidro de cristal e porcelana, “MOSER”,  a  antiquíssima  produção internacionalmente conhecida  do seu licor  "Karlovarská Becherovka"  feito de ervas medicinais,   bem como,  a não esquecer,  os famosos   festivais Internacionais  de cinema...

Nada melhor do que um pequeno filme da nossa viagem para nos documentarmos.
Recomendamos vivamente  Karlovy Vary  como um destino a não perder.


Dilia Figueiredo
Notas de Viagem