sábado, 25 de maio de 2013

ACADEMIA CULTURAL SAUDAÇÃO EM VIAGEM PELA TURQUIA - 13 a 20 Maio 2013

Este ano de 2013, o terceiro ano em que a Academia Cultural Saudação fez viagens pelo estrangeiro, decidimo-nos pela Turquia, um país euroasiático, ponte entre as culturas ocidental e oriental, com um fascinante património histórico e cultural, pois, ao longo de muitos séculos, muitas civilizações construíram aqui as suas cidades e os seus templos, desde os frígios e os hititas, passando pelos gregos, pelos romanos até aos turcos Otomanos, cujo império,  nos séculos XVI e XVII, era um dos Estados mais poderosos do mundo.
A 13 de Março chegámos a IZMIR onde começou a nossa viagem programada para uma pequena incursão na parte Asiática até à região da Capadócia. Depois apanhámos  um avião para Istambul onde ficámos cerca de 3 dias.
IZMIR-Junto ao porto
IZMIR, hoje a segunda cidade de importância portuária depois de Istambul e a 3ªmaior do país,  é a  antiga Esmirna,  a cidade natal de Homero. Durante a Guerra da Independência (1922) um desastroso incêndio destruiu a maior parte da antiga Esmirna.  Hoje é uma cidade moderna, com um bazar interessante e  alguns pequenos sítios arqueológicos.

Biblioteca de Celsus-Éfeso

Não longe de IZMIR, as ruinas de EPHESUS  são  um  ponto histórico muito importante da Turquia. As escavações iniciadas no final do séc.  XIX  continuam a trazer à luz  restos  arqueológicas muitíssimo  importantes.

Embora não se conheça a data exacta da sua fundação, diversos historiadores defendem que esta deverá situar-se cerca do ano 2.000 A.C.  

Ruínas  do Santuário da Deusa Artemisa 
A Deusa Ártemis (Artemisa) era a principal divindade de Éfeso.  O seu  santuário em Éfeso estava entre uma das maravilhas do mundo antigo.  As suas imensas colunas fechavam um espaço sagrado no qual  se encontrava uma estátua dourada.


No  ano 19 A.C.Éfeso (Ephesus)  era  pertença  dos Romanos. 

Localizada onde as águas do mar Egeu banham as praias da Ásia Menor e protegida por montes costeiros, o centro da cidade atraía navios de muitas partes do antigo Império Romano e, no final do 1º século D.C. era a quarta maior cidade deste  Império  que fez de Éfeso o centro administrativo da província da Ásia. 
Nessa época, a população de Ehesus  atingiu  250.000 habitantes. A Biblioteca de Celsus é um bom exemplo da riqueza desse período.

Visitámos perto de  Éfeso  Meryemana, uma casa onde  se supõe que a Virgem Maria viveu os últimos anos de sua vida, juntamente com S.João Evangelista.

No dia seguinte seguimos viagem passando por APHRODISIAS, antiga cidade  situada no  fértil vale do rio Meandro. 
AFRODISIAS
Como o seu nome indica, foi "baptizada" em honra a Afrodite, a deusa grega do Amor que aqui tinha o seu santuário. 
Até ao século 8 A.C. a cidade  enchia-se de  peregrinos  que aqui vinham para a  homenagear. Esta cidade alcançou seu maior esplendor na época romana e daquele tempo se conservam monumentos de grande interesse como o estádio romano com capacidade para 30.000 pessoas, os banhos de Adriano e mansões de grande beleza.










Aphrodisias sofreu graves danos devido a terramotos, especialmente nos séculos IV e VII, acabando por cair em  ruinas. 
 







É um dos locais arqueológicos mais interessantes de região do Egeu, ainda parcialmente escavado e em parte desconhecido. O museu local  tem uma boa colecção de estatuária. 





O vídeo seguinte melhor apresenta as nossas imagens
Prosseguimos até  PAMUKKALE, (Castelos de algodão), uma das maravilhas naturais mais extraordinárias da Turquia,  declaradas Património Mundial em 1988.
 PAMUKKALE
A grande atracção é a imensidão branca da  colina, com bacias  circulares  esculpidas cheias de água e quedas de água que parecem   feitas de neve, ou algodão. 

São piscinas termais de origem calcária que com o passar dos séculos formaram  terraços de rocha branca e brilhante,  de vários tamanhos, que descem em cascata pelo colina. 
O conjunto produz efeitos visuais  espectaculares.


Estes Castelos de Algodão formam-se por acção  das águas termais quentes que  aqui emergem. 
O dióxido de carbono contido na água tende a vaporizar  e o carbonato de cálcio solidifica, formando gradualmente  as formações rochosas que compõem a paisagem.
Apesar de algumas bacias de água terem secado, a água volta a emergir noutros locais e outra nova fonte nasce.
Nada melhor que um vídeo para revivar as memórias,
No dia seguinte  passámos por KONYA que se diz ser uma das cidades mais conservadoras da Turquia. 
KONYA- Museu Mevlana
Localizada no centro da Anatolia é uma cidade de forte cunho religioso, para além de ser uma das cidades continuamente habitadas mais antigas da Turquia; talvez daí preservar várias tradições e modos de vida conservadores. 
A bacia de Konya era um lago há 18 mil anos atrás que, depois de ter sido drenado, tornou se num vale fértil com uma grande floresta. Hititas, Frígios e Lykians habitaram  Konya nos anos 1400 a 1300 AC.
No século  II D.C. o Cristianismo se espalhou-se  em Konya,  que,  segundo os Atos dos Apóstolos diz-se,  ter sido  visitada pelos Apóstolos Paulo e Barnabé.  É também  considerada a terra natal de Santa Tecla.
O Sultão Seljuk Alaettin Keykobat, no século XIII,  conduziu  Konya  a um período próspero. Ele reuniu artistas, matemáticos e teólogos na sua corte, incluindo o famoso  Celaleddin Mevlana Rumi, o fundador da ordem Derviche Mevlevi -  (mais conhecida como Derviches  Rodopiantes),  cujo túmulo, bem como famosos manuscritos, pertences e história  do famoso Mevlana,   encontram-se  no museu, hoje um local de  grande peregrinação.Este  museu, anexado a uma Mesquita,  tem pois laços estreitos com a vida e a obra de Celaleddin Rumi, ou Mevlana, um filósofo e professor visto como um dos maiores místicos do mundo islâmico, pois   desenvolveu uma filosofia de união espiritual e amor universal.

É comum haver na cidade  um evento religioso em que os “Sufis”, seguidores  da ordem derviche,seguem um ritual de meditação e oração, fazendo  movimentos giratórios contínuos, durante aproximadamente 1h, -  provavelmente  apenas  possíveis  por atingirem  um estado de meditação e concentração transcendente.
                                                                            VÍDEO





Ao final da tarde, em AKSARAY,  já muito próximo de Capadócia, fizemos uma pequena paragem para ver e fotografar uma “KERVANSARAYI” –
fortificação imponente  utilizada para protecção  e abrigo dos comerciantes  e viajantes,  erguida em 1229.






Depois  entrámos na  CAPADÓCIA  uma região turística e histórica que já foi habitada há milhares de anos por várias civilizações.

Aí encontrámos  formações geológicas únicas  resultado de fenómenos vulcânicos e da erosão. Juntamente  com o seu  património histórico e cultural são  características  únicas, e as mais marcantes desta  região. 

Pela sua beleza geológica, a Capadócia é um dos melhores lugares do mundo para se fazer um passeio de balão. Os balões levantam voo ao nascer do sol, pelo que, foi bem cedo que, no dia seguinte,  a grande maioria de nós se levantou para fruir aquele espectáculo único.

foto tirada do nosso balão que sobrevoava acima destes
Cerca de  de 30 balões coloridos,  cada um  com cerca de  25 pessoas, levantando voo quase simultaneamente. (fotos seguintes tiradas do nosso balão)
A paisagem que se vê é típica do lugar e domina esta região central da Turquia, onde a actividade vulcânica  o vento, a chuva e as tempestades, agindo durante milhares de anos, produziram  um vasto e espectacular conjunto  de pináculos, promontórios e mesetas rochosas – muitas  de forma estranha,  cónicas, efeitos da erosão causada pelo vento.
Todo o grupo da Academia que andou de balão. Ao centro o comandante 
Os dois vídeos  traduzem melhor  estas palavras

Nesta  complexa geografia mineral instalaram-se os primeiros habitantes da região da Capadócia que abriram cavidades profun-das dentro das rochas vulcânicas   para  escapar dos ataques dos animais selvagens e às condições de inverno rígido . 
Depois  foram ampliado essas cavidades de acordo com suas necessidades.
Vale de Göreme
Durante a época romana a  região  serviu como um refúgio para os primeiros cristãos que escaparam . Aí construíram as suas habitações,  igrejas, estábulos, armazéns e até fortalezas.   Contrariamente,   nos séculos VII a X, conheceu uma intensa actividade monástica por  se situar na rota de peregrinação para a Terra Santa.
O vale de Göreme, é um museu a céu aberto.   Por aqui  se encontram deze-nas de  capelas e igrejas do período Bizantino, a maioria do séc. X, XI e XII, cavadas nas rochas, com colunas, abóbodas e  altares - exemplos únicos da arquitectura lavrada na rocha, com muitas figuras da vida de Cristo no tecto e paredes pintadas com a técnica do afresco. Grande parte das figuras têm os olhos raspados, devido ao período de Iconoclastas.

Há  igualmente  11 refeitórios, com mesas e bancos escavados nas rochas.

Göreme, actualmente, é  a cidade mais importante da região, classificado  Património Mundial pela  UNESCO.

Encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos a região foi alvo de contínuas invasões. Procurando refúgio os habitantes construíram abrigos subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades. Algumas datam do século VII,  mas alguns arqueólogos crêem que elas remontem a mais de 4.000 A.C., ainda da época dos hititas. Muitas outras  ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso de Kaymakli, uma das mais importantes, e que tivemos oportunidade de conhecer. Estas cidades tem vários níveis. Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertas ao público (as outras estão reservadas para investigação arqueológica).
Os níveis superiores eram usados como alojamento, e os inferiores usados para fazer vinho, moer trigo, guardar pertences, e para a realização de cultos religiosos. Estes abrigos subterrâneos dispunham de  canais de ventilação, esgotos, estábulos, padarias, chaminés,  poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, que podia chegar a  3.000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores.

Já ao fim da tarde passámos pelo vale das "Chaminés de Fadas", uma excelente paisagem que certamente  foi fonte de inspiração para Pierre Culliford o ilustrador dos "Estrumpfes".
Havia que comemorar tão belo encontro com a natureza e com a mão do homem.  Ao sol posto, subimos a um ponto alto da Capadócia  onde era suposto ver-se o pôr do sol.  Nessa tarde  o sol  encobriu-se de nuvens, mas mesmo assim  comemorámos e brindámos  ao local e à nossa viagem que iria prosseguir em Istambul.
Há noite, ouve ainda um espectáculo que completou em pleno a nossa estadia na região da Anatólia.


















ISTAMBUL, a principal cidade  turística do país, hoje a maior cidade da Europa com cerca de  14 milhões de habitantes, é uma cidade fascinante em termos histórico-culturais  e religiosos.
ISTAMBUL - interior da Mesquita Azul 
Foi durante muito tempo a capital de vários impérios e o centro de diversas grandes civilizações. Começou por se chamar Bizâncio durante o Império Bizantino, depois Constantinopla durante o Império Romano e a partir do Império Otomano passou a chamar-se Istambul.
Unindo-se pelo  estreito do Bósforo à Europa e à Ásia, são muitos os pontos de interesse a conhecer nesta cidade. Infelizmente o tempo foi-nos escasso, mas, contando com a perícia e competência do nosso extraordinário guia Halil, conhecemos  o máximo possível.
Santa Sofia   -  Hagia Sophia
A igreja-Museu de Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia é um dos monumentos mais impressionantes da parte velha da cidade. De grande importância artística, é considerada o exemplo principal da arquitectura bizantina. Foi construída entre 532 e 537,no tempo do imperador Justiniano I.

Decorada com mosaicos, colunas e esculturas de mármore tem  uma abóbada central com 31 m de diâmetro e 55,6 m de altura. Os seus arquitectos, Isidoro de Mileto e Antemio de Tralles, foram professores de geometria da Universidade de Constantinopla. Foi  convertida em mesquita em 1453 e transformada em museu em 1935.
Ao seu lado, na praça de Sultanahmet, que ocupa actualmente o lugar do antigo Hipódromo  romano (330 d.C.) está a Mesquita do Sultão Ahmed,  mais conhecida por Mesquita Azul, nome que lhe foi dado pelos azulejos azuis que adornam suas paredes. 
A Mesquita Azul, construída entre 1609 e 1616, uma das maiores criações arquitectónicas de Istambul,  é consi-derada uma das obras-primas do mundo islâmico  e um símbolo religioso para os muçulmanos. Tem 6 minaretes, única entre todas as mesquitas otomanas.

Estivemos no Palácio de Topkapi, mandado cons-truir no século XV pelo sultão Mehemet II. Foi o centro do poder do império otomano durante quase 400 anos, servindo-lhes  de residência principal  entre os séculos XV e XIX.
O Harém, de requintados aposentos onde as mulheres e as concubinas do sultão viviam, chegou a ter 1,000 concubinas.
Toda a zona do Topkapi  é considerada património da UNESCO.

 

Entrámos na Cisterna da Basílica (Yerebatan Sarayi), uma obra de engenharia bizantina. O telhado está apoiado em 336 colunas com capitéis coríntios. Cada coluna tem mais de oito metros e duas destas  tem por base a cabeça da "Medusa".













Tivemos algum tempo livre para passear no labiríntico Kapalıçarşı-Grande Bazar do século XV, com mais de 4000  coloridas e atractivas lojas (provavelmente o maior e dos mais antigos mercados cobertos do mundo).

Grande Bazar
Também visitamos o Mercado de Especiarias, onde o cheiro dos óleos, dos chás, da carne seca, das doçarias  e das essências orientais enchem o ar. 









Atravessando  o Bósforo pela famosa ponte  Ponte de Atatürk, uma das maiores pontes suspensas do mundo,  fomos conhecer o Palácio de Beylerbeyi  localizado na parte Asiática de Istambul  e  mandado erguer  entre  1861-1865 pelo sultão Abdulaziz.
Este palácio, debruçado sobre às águas  do Bósforo,  tem em seu redor  uma magnífica   área ajardinada.
Construído em estilo neoclássico,  o seu interior é de  grande  luxo e  sump-tuosidade,  com  enormes lustres  em vidro de Veneza e  diversas  pin-turas decorando os  tectos.
Residência de verão dos derradeiros sultões, foi local de acolhimento  para hóspedes estrangeiros, como a Imperatriz Eugé-nia mulher de Napoleão III,  o Imperador Aus-tríaco Franz Joseph,  Nasruddin Xá da Persia,  Nicholas o Grande Duque da Rússia e o rei britânico Edward VIII.






No poderíamos  deixar Istambul sem fazer um passeio ao longo do Bósforo.






Passeámos então sobre as águas,  apreciando calma e tranquilamente,  algumas aldeias piscatórias, antigos  castelos e mansões sobranceiras  ao Bósforo-casas de madeira da aristocracia otomana turca, construídas ao longo das margens do rio.

A despedida de viagem foi festejada num restaurante local,  entre danças locais e regionais, muita música, champanhe e alegria.
                                                   







Em todos nós ficou a certeza que esta viagem foi uma boa escolha.

Foi a oportunidade, para  muitos de nós, de conhecerem a Turquia, que muito nos agradou.

E, o que muito nos apraz dizer,  fomos um grupo fantástico de pessoas que interagiram excelentemente nestes  oito dias de franco e espontâneo convívio.









Tivemos o amável e sorridente  Halil como muito bom e competente   guia local  e, a companhia  sempre atenta e profissional  de Paulina Batista,  a guia responsável  e representante  da OÁSIS que desde sempre  acompanha a  Academia  Cultural Saudação nestes giros e andanças pelo estrangeiro.

E depois de vermos o vídeo passado em Istambul o que nos resta?
Dizer a todos um grande  "HOSÇA KALIN"  e  muito "TESEKKÜR EDERIM"

Até sempre,
Dília  Figueiredo (relato de viagem)