Este ano de 2013, o terceiro ano em que a Academia Cultural Saudação fez viagens pelo estrangeiro, decidimo-nos pela Turquia, um país euroasiático, ponte entre as culturas ocidental e oriental, com um fascinante património histórico e cultural, pois, ao longo de muitos séculos, muitas civilizações construíram aqui as suas cidades e os seus templos, desde os frígios e os hititas, passando pelos gregos, pelos romanos até aos turcos Otomanos, cujo império, nos séculos XVI e XVII, era um dos Estados mais poderosos do mundo.
A 13 de Março chegámos a IZMIR onde começou a nossa viagem programada para uma pequena incursão na parte Asiática até à região da Capadócia. Depois apanhámos um avião para Istambul onde ficámos cerca de 3 dias.
IZMIR-Junto ao porto |
Biblioteca de Celsus-Éfeso |
Não longe de IZMIR, as ruinas de EPHESUS são um ponto histórico muito importante da Turquia. As escavações iniciadas no final do séc. XIX continuam a trazer à luz restos arqueológicas muitíssimo importantes.
Embora não se conheça a data exacta da sua fundação, diversos historiadores defendem que esta deverá situar-se cerca do ano 2.000 A.C.
Ruínas do Santuário da Deusa Artemisa |
No ano 19 A.C.Éfeso (Ephesus) era pertença dos Romanos.
Localizada onde as águas do mar Egeu banham as praias da Ásia Menor e protegida por montes costeiros, o centro da cidade atraía navios de muitas partes do antigo Império Romano e, no final do 1º século D.C. era a quarta maior cidade deste Império que fez de Éfeso o centro administrativo da província da Ásia.
Nessa época, a população de Ehesus atingiu 250.000 habitantes. A Biblioteca de Celsus é um bom exemplo da riqueza desse período.
Visitámos perto de Éfeso Meryemana, uma casa onde se supõe que a Virgem Maria viveu os últimos anos de sua vida, juntamente com S.João Evangelista.
No dia seguinte seguimos viagem passando por APHRODISIAS, antiga cidade situada no fértil vale do rio Meandro.
Como o seu nome indica, foi "baptizada" em honra a Afrodite, a deusa grega do Amor que aqui tinha o seu santuário.
Até ao século 8 A.C. a cidade enchia-se de peregrinos que aqui vinham para a homenagear. Esta cidade alcançou seu maior esplendor na época romana e daquele tempo se conservam monumentos de grande interesse como o estádio romano com capacidade para 30.000 pessoas, os banhos de Adriano e mansões de grande beleza.
Aphrodisias sofreu graves danos devido a terramotos, especialmente nos séculos IV e VII, acabando por cair em ruinas.
AFRODISIAS |
Até ao século 8 A.C. a cidade enchia-se de peregrinos que aqui vinham para a homenagear. Esta cidade alcançou seu maior esplendor na época romana e daquele tempo se conservam monumentos de grande interesse como o estádio romano com capacidade para 30.000 pessoas, os banhos de Adriano e mansões de grande beleza.
Aphrodisias sofreu graves danos devido a terramotos, especialmente nos séculos IV e VII, acabando por cair em ruinas.
É um dos locais arqueológicos mais interessantes de região do Egeu, ainda parcialmente escavado e em parte desconhecido. O museu local tem uma boa colecção de estatuária.
O vídeo seguinte melhor apresenta as nossas imagens
Prosseguimos até PAMUKKALE, (Castelos de algodão), uma das maravilhas naturais mais extraordinárias da Turquia, declaradas Património Mundial em 1988.
PAMUKKALE |
A grande atracção é a imensidão branca da colina, com bacias circulares esculpidas cheias de água e quedas de água que parecem feitas de neve, ou algodão.
São piscinas termais de origem calcária que com o passar dos séculos formaram terraços de rocha branca e brilhante, de vários tamanhos, que descem em cascata pelo colina.
O conjunto produz efeitos visuais espectaculares.
Estes Castelos de Algodão formam-se por acção das águas termais quentes que aqui emergem.
O dióxido de carbono contido na água tende a vaporizar e o carbonato de cálcio solidifica, formando gradualmente as formações rochosas que compõem a paisagem.
No dia seguinte passámos por KONYA que se diz ser uma das cidades mais conservadoras da Turquia.
KONYA- Museu Mevlana |
Localizada no centro da Anatolia é uma cidade de forte cunho religioso, para além de ser uma das cidades continuamente habitadas mais antigas da Turquia; talvez daí preservar várias tradições e modos de vida conservadores.
A bacia de Konya era um lago há 18 mil anos atrás que, depois de ter sido drenado, tornou se num vale fértil com uma grande floresta. Hititas, Frígios e Lykians habitaram Konya nos anos 1400 a 1300 AC.
No século II D.C. o Cristianismo se espalhou-se em Konya, que, segundo os Atos dos Apóstolos diz-se, ter sido visitada pelos Apóstolos Paulo e Barnabé. É também considerada a terra natal de Santa Tecla.
O Sultão Seljuk Alaettin Keykobat, no século XIII, conduziu Konya a um período próspero. Ele reuniu artistas, matemáticos e teólogos na sua corte, incluindo o famoso Celaleddin Mevlana Rumi, o fundador da ordem Derviche Mevlevi - (mais conhecida como Derviches Rodopiantes), cujo túmulo, bem como famosos manuscritos, pertences e história do famoso Mevlana, encontram-se no museu, hoje um local de grande peregrinação.Este museu, anexado a uma Mesquita, tem pois laços estreitos com a vida e a obra de Celaleddin Rumi, ou Mevlana, um filósofo e professor visto como um dos maiores místicos do mundo islâmico, pois desenvolveu uma filosofia de união espiritual e amor universal.
É comum haver na cidade um evento religioso em que os “Sufis”, seguidores da ordem derviche,seguem um ritual de meditação e oração, fazendo movimentos giratórios contínuos, durante aproximadamente 1h, - provavelmente apenas possíveis por atingirem um estado de meditação e concentração transcendente.
VÍDEO
VÍDEO
Ao final da tarde, em AKSARAY, já muito próximo de Capadócia, fizemos uma pequena paragem para ver e fotografar uma “KERVANSARAYI” –
fortificação imponente utilizada para protecção e abrigo dos comerciantes e viajantes, erguida em 1229.Depois entrámos na CAPADÓCIA uma região turística e histórica que já foi habitada há milhares de anos por várias civilizações.
Aí encontrámos formações geológicas únicas resultado de fenómenos vulcânicos e da erosão. Juntamente com o seu património histórico e cultural são características únicas, e as mais marcantes desta região.
Pela sua beleza geológica, a Capadócia é um dos melhores lugares do mundo para se fazer um passeio de balão. Os balões levantam voo ao nascer do sol, pelo que, foi bem cedo que, no dia seguinte, a grande maioria de nós se levantou para fruir aquele espectáculo único.
Cerca de de 30 balões coloridos, cada um com cerca de 25 pessoas, levantando voo quase simultaneamente. (fotos seguintes tiradas do nosso balão)
A paisagem que se vê é típica do lugar e domina esta região central da Turquia, onde a actividade vulcânica o vento, a chuva e as tempestades, agindo durante milhares de anos, produziram um vasto e espectacular conjunto de pináculos, promontórios e mesetas rochosas – muitas de forma estranha, cónicas, efeitos da erosão causada pelo vento.
foto tirada do nosso balão que sobrevoava acima destes |
Todo o grupo da Academia que andou de balão. Ao centro o comandante |
Os dois vídeos traduzem melhor estas palavras
Nesta complexa geografia mineral instalaram-se os primeiros habitantes da região da Capadócia que abriram cavidades profun-das dentro das rochas vulcânicas para escapar dos ataques dos animais selvagens e às condições de inverno rígido .
Depois foram ampliado essas cavidades de acordo com suas necessidades.
Vale de Göreme |
Durante a época romana a região serviu como um refúgio para os primeiros cristãos que escaparam . Aí construíram as suas habitações, igrejas, estábulos, armazéns e até fortalezas. Contrariamente, nos séculos VII a X, conheceu uma intensa actividade monástica por se situar na rota de peregrinação para a Terra Santa.
Göreme, actualmente, é a cidade mais importante da região, classificado Património Mundial pela UNESCO.
Encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos a região foi alvo de contínuas invasões. Procurando refúgio os habitantes construíram abrigos subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades. Algumas datam do século VII, mas alguns arqueólogos crêem que elas remontem a mais de 4.000 A.C., ainda da época dos hititas. Muitas outras ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso de Kaymakli, uma das mais importantes, e que tivemos oportunidade de conhecer. Estas cidades tem vários níveis. Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertas ao público (as outras estão reservadas para investigação arqueológica).
Os níveis superiores eram usados como alojamento, e os inferiores usados para fazer vinho, moer trigo, guardar pertences, e para a realização de cultos religiosos. Estes abrigos subterrâneos dispunham de canais de ventilação, esgotos, estábulos, padarias, chaminés, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, que podia chegar a 3.000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores.
Já ao fim da tarde passámos pelo vale das "Chaminés de Fadas", uma excelente paisagem que certamente foi fonte de inspiração para Pierre Culliford o ilustrador dos "Estrumpfes".
Os níveis superiores eram usados como alojamento, e os inferiores usados para fazer vinho, moer trigo, guardar pertences, e para a realização de cultos religiosos. Estes abrigos subterrâneos dispunham de canais de ventilação, esgotos, estábulos, padarias, chaminés, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, que podia chegar a 3.000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores.
Já ao fim da tarde passámos pelo vale das "Chaminés de Fadas", uma excelente paisagem que certamente foi fonte de inspiração para Pierre Culliford o ilustrador dos "Estrumpfes".
Havia que comemorar tão belo encontro com a natureza e com a mão do homem. Ao sol posto, subimos a um ponto alto da Capadócia onde era suposto ver-se o pôr do sol. Nessa tarde o sol encobriu-se de nuvens, mas mesmo assim comemorámos e brindámos ao local e à nossa viagem que iria prosseguir em Istambul.
Há noite, ouve ainda um espectáculo que completou em pleno a nossa estadia na região da Anatólia.
ISTAMBUL - interior da Mesquita Azul |
Unindo-se pelo estreito do Bósforo à Europa e à Ásia, são muitos os pontos de interesse a conhecer nesta cidade. Infelizmente o tempo foi-nos escasso, mas, contando com a perícia e competência do nosso extraordinário guia Halil, conhecemos o máximo possível.
Santa Sofia - Hagia Sophia |
Decorada com mosaicos, colunas e esculturas de mármore tem uma abóbada central com 31 m de diâmetro e 55,6 m de altura. Os seus arquitectos, Isidoro de Mileto e Antemio de Tralles, foram professores de geometria da Universidade de Constantinopla. Foi convertida em mesquita em 1453 e transformada em museu em 1935.
Ao seu lado, na praça de Sultanahmet, que ocupa actualmente o lugar do antigo Hipódromo romano (330 d.C.) está a Mesquita do Sultão Ahmed, mais conhecida por Mesquita Azul, nome que lhe foi dado pelos azulejos azuis que adornam suas paredes.
A Mesquita Azul, construída entre 1609 e 1616, uma das maiores criações arquitectónicas de Istambul, é consi-derada uma das obras-primas do mundo islâmico e um símbolo religioso para os muçulmanos. Tem 6 minaretes, única entre todas as mesquitas otomanas.
Estivemos no Palácio de Topkapi, mandado cons-truir no século XV pelo sultão Mehemet II. Foi o centro do poder do império otomano durante quase 400 anos, servindo-lhes de residência principal entre os séculos XV e XIX.
O Harém, de requintados aposentos onde as mulheres e as concubinas do sultão viviam, chegou a ter 1,000 concubinas.
Toda a zona do Topkapi é considerada património da UNESCO.
O Harém, de requintados aposentos onde as mulheres e as concubinas do sultão viviam, chegou a ter 1,000 concubinas.
Toda a zona do Topkapi é considerada património da UNESCO.
Entrámos na Cisterna da Basílica (Yerebatan Sarayi), uma obra de engenharia bizantina. O telhado está apoiado em 336 colunas com capitéis coríntios. Cada coluna tem mais de oito metros e duas destas tem por base a cabeça da "Medusa".
Tivemos algum tempo livre para passear no labiríntico Kapalıçarşı-Grande Bazar do século XV, com mais de 4000 coloridas e atractivas lojas (provavelmente o maior e dos mais antigos mercados cobertos do mundo).
Grande Bazar |
Atravessando o Bósforo pela famosa ponte Ponte de Atatürk, uma das maiores pontes suspensas do mundo, fomos conhecer o Palácio de Beylerbeyi localizado na parte Asiática de Istambul e mandado erguer entre 1861-1865 pelo sultão Abdulaziz.
Este palácio, debruçado sobre às águas do Bósforo, tem em seu redor uma magnífica área ajardinada.
Construído em estilo neoclássico, o seu interior é de grande luxo e sump-tuosidade, com enormes lustres em vidro de Veneza e diversas pin-turas decorando os tectos.
Residência de verão dos derradeiros sultões, foi local de acolhimento para hóspedes estrangeiros, como a Imperatriz Eugé-nia mulher de Napoleão III, o Imperador Aus-tríaco Franz Joseph, Nasruddin Xá da Persia, Nicholas o Grande Duque da Rússia e o rei britânico Edward VIII.
No poderíamos deixar Istambul sem fazer um passeio ao longo do Bósforo.
Passeámos então sobre as águas, apreciando calma e tranquilamente, algumas aldeias piscatórias, antigos castelos e mansões sobranceiras ao Bósforo-casas de madeira da aristocracia otomana turca, construídas ao longo das margens do rio.
A despedida de viagem foi festejada num restaurante local, entre danças locais e regionais, muita música, champanhe e alegria.
Foi a oportunidade, para muitos de nós, de conhecerem a Turquia, que muito nos agradou.
E, o que muito nos apraz dizer, fomos um grupo fantástico de pessoas que interagiram excelentemente nestes oito dias de franco e espontâneo convívio.
Tivemos o amável e sorridente Halil como muito bom e competente guia local e, a companhia sempre atenta e profissional de Paulina Batista, a guia responsável e representante da OÁSIS que desde sempre acompanha a Academia Cultural Saudação nestes giros e andanças pelo estrangeiro.
E depois de vermos o vídeo passado em Istambul o que nos resta?
Até sempre,
Dília Figueiredo (relato de viagem)
Construído em estilo neoclássico, o seu interior é de grande luxo e sump-tuosidade, com enormes lustres em vidro de Veneza e diversas pin-turas decorando os tectos.
Residência de verão dos derradeiros sultões, foi local de acolhimento para hóspedes estrangeiros, como a Imperatriz Eugé-nia mulher de Napoleão III, o Imperador Aus-tríaco Franz Joseph, Nasruddin Xá da Persia, Nicholas o Grande Duque da Rússia e o rei britânico Edward VIII.
No poderíamos deixar Istambul sem fazer um passeio ao longo do Bósforo.
Passeámos então sobre as águas, apreciando calma e tranquilamente, algumas aldeias piscatórias, antigos castelos e mansões sobranceiras ao Bósforo-casas de madeira da aristocracia otomana turca, construídas ao longo das margens do rio.
A despedida de viagem foi festejada num restaurante local, entre danças locais e regionais, muita música, champanhe e alegria.
Em todos nós ficou a certeza que esta viagem foi uma boa escolha.
Foi a oportunidade, para muitos de nós, de conhecerem a Turquia, que muito nos agradou.
E, o que muito nos apraz dizer, fomos um grupo fantástico de pessoas que interagiram excelentemente nestes oito dias de franco e espontâneo convívio.
Tivemos o amável e sorridente Halil como muito bom e competente guia local e, a companhia sempre atenta e profissional de Paulina Batista, a guia responsável e representante da OÁSIS que desde sempre acompanha a Academia Cultural Saudação nestes giros e andanças pelo estrangeiro.
E depois de vermos o vídeo passado em Istambul o que nos resta?
Dizer a todos um grande "HOSÇA KALIN" e muito "TESEKKÜR EDERIM"
Até sempre,
Dília Figueiredo (relato de viagem)
Obrigada Dilia por, com estes lindos filmes, fotos e comentários, nos trazer à memória os lindos sítios que visitámos e nos fazer reviver tão aprazíveis e inesquecíveis momentos.
ResponderEliminarmila